PALAVRAS TÉCNICAS
Educação e Novas Tecnologias De Informação e Comunicação
por Luciano Mentros (Professor)
Chamam-se de Novas
Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) as tecnologias e métodos para
comunicar surgidas no contexto da Revolução Informacional, “Revolução
Telemática” ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas gradativamente
desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. A
imensa maioria delas se caracteriza por agilizar, horizontalizar e tornar menos
palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da
digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para
a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem estática,
vídeo e som).
São consideradas TICs, entre outras: os
computadores pessoais (Pcs – personal computers), a impressão por
impressoras domésticas, as câmeras de vídeo e foto para computador ou webcams,
a gravação doméstica de CDs e DVDs e os diversos suportes para guardar e portar
dados como os disquetes (com os tamanhos mais variados), discos rígidos ou hds,
cartões de memória, pendrives, zipdrives e assemelhados; a
telefonia móvel (telemóveis ou telefones celulares); a TV por assinatura, a TV
a cabo, a TV por antena parabólica; o correio eletrônico (e-mail); as
listas de discussão (mailing lists); a internet e a world wide web (principal
interface gráfica da internet); os websites e home pages; os
quadros de discussão (message boards); o streaming (fluxo
contínuo de áudio e vídeo via internet) o podcasting (transmissão sob
demanda de áudio e vídeo via internet), a Wikipédia (possível graças à Internet),
à www e à invenção do wiki; as tecnologias digitais de captação e tratamento de
imagens e sons, a captura eletrônica ou digitalização de imagens (scanners),
a fotografia digital, o vídeo digital, o cinema digital (da captação à
exibição), o som digital, a TV digital, o rádio digital; as tecnologias de
acesso remoto (sem fio ou wireless) e o Wi-Fi o Bluetooth.
Entende-se que o advento
destas novas tecnologias (e a forma como foram utilizadas por governos,
empresas, indivíduos e setores sociais) possibilitou o surgimento da “sociedade
da informação”. Alguns estudiosos já falam de sociedade do conhecimento para destacar o valor do capital humano
na sociedade estruturada em redes telemáticas.
De forma que o rápido desenvolvimento das Novas
Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) tem introduzido novas dinâmicas nas relações sociais (com o advento da Internet, passou-se a ter acesso a
bancos, supermercados, restaurantes, farmácias, entre muitas outras facilidades
do cotidiano, sem sair de casa), produzindo alterações
e modificações no funcionamento da sociedade, despertando novos temas para
pesquisas, estudos debates e reflexões inclusive no âmbito da educação (não se
deve esquecer que o uso da tecnologia na educação não se limita ao computador.
Utilizar TV, cinema, DVDs, rádio, fotografia, livros, robótica, também são
tecnologias aplicadas à educação).
As Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação podem ser usadas na escola com objetivos de explorar as diversas
conexões entre educação, comunicação e tecnologia, considerando inclusive a cibercultura e buscando sempre
compreender como as TICs, alteram as nossas relações com o espaço, o tempo e o
conhecimento; também, como a experiência cotidiana com as tecnologias
redimensionam as nossas vivências
corporais e promovem variadas interações entre o homem e as máquinas.
Então, é preciso analisar os novos “cenários” contemporâneos para
produzir, ensinar e aprender – as redes – com ênfase ao papel do professor e do
aluno nas sociedades tecnológicas.
Técnica, Tecnologia, Arte e Criatividade na abordagem Sociológica
por Luciano Mentros (Professor)
Começamos
por algo confuso para muita gente: a distinção entre técnica e tecnologia. Adotando
uma distinção do historiador Lewis Mumford, entende-se por técnica o controle
ou a transformação da natureza pelo homem – com uso de conhecimentos pré-científicos.
A tecnologia, por sua vez, consiste na técnica de base científica. Quer se
trate de técnica ou tecnologia, o que está em jogo é uma atividade consistente
na produção de algo artificial,
de um “arte-fato”.
O
artefato não precisa ser, todavia, uma coisa concreta, por exemplo, uma bicicleta,
ou um remédio. Pode tratar-se também da transformação do estado de um sistema
natural, como, desviar ou represar o curso de um rio. E ainda, como bem da
transformação de um sistema, exemplo, ensinar alguém a ler.
A
técnica tanto acompanhou quanto possibilitou o desenvolvimento da humanidade ao
longo da maior parte da história. O surgimento da tecnologia foi condição de
uma aceleração do progresso humano e criativo.
A
criatividade é uma capacidade humana que não fica limitada no território das
artes, é necessária à ciência e a vida em geral. A ciência só progride devido a alguns espíritos mais criativos
que desafiam coisas aparentemente incoerentes – para com algumas hipóteses
chegar a explicações mais lógicas. Tanto o cientista como o artista, em seu
processo de trabalho, necessita de um comportamento exploratório. Algo que o
conduza da condição “do que é ao que
poderia ser”. A imaginação faz com que ele veja para além do imediato e do
provável; Tais ideias desamarram as coibições da realidade, levam ao
desconhecido, ao inseguro, ao incerto. Os riscos se fazem necessários para que
se tenha criatividade na ciência e
ciência na criatividade.
A
inspiração é muito importante, tanto quanto a “não repressão” e própria
vontade. O novo, que a pensamento criativo pode nos dar, resulta-se também, dos
processos sociais, ao qual cada um de nós está situado: família, amigos, colegas
de trabalho, de escola.
Técnica,
Tecnologia e Arte, constituem-se numa somatória de fatores concretos, e quase
sempre partem da percepção da realidade, para criar formas sensíveis de
interpretar o mundo.
O
entendimento intuitivo do mundo faz da arte um recurso humano privilegiado para
interpretação o próprio mundo. Dentro das mais incríveis manifestações
existenciais da nossa esfera social, a arte é marcadamente influenciada pelas
novas tecnologias. Junto aos meios de comunicação, a arte colabora para
formação de importantes agentes da estrutura social e elementos socializadores.
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