COLANDO KOLAM INDIANO
Kolam
O Kolam (em Tamil) é um desenho decorativo feito com pó de
arroz pelos membros femininos de cada família à frente das suas casas. Um Kolam
é uma espécie de oração pintada - um desenho de linhas composto por curvas,
desenhadas sobre uma rede de pontos. Geralmente é simétrico.
O Kolam é entendido como algo que traz prosperidade aos
lares. Em ocasiões especiais, pode também ser feito com pó de calcário e de
tijolo para dar contraste aos desenhos. Normalmente é usada farinha de arroz
seco mas, para dar maior longevidade ao desenho, por vezes é usada pasta de
arroz diluído ou até mesmo tinta. Algumas interpretações modernas já integraram
o giz, mas a última "tecnologia" usada para criar kolams é mesmo o
autocolante decalcável (que contraria por completo a intenção original).
Todas as manhãs, no sul da Índia, milhões de mulheres
desenham kolams no chão।
Durante o dia, os desenhos são pisados, desfeitos pela chuva ou disseminados
pelo vento; no dia seguinte, nasce um novo kolam.
Antes do nascer do sol, o chão é limpo com água e bem
varrido para que fique nivelado. Os desenhos são geralmente feitos com a
superfície ainda úmida, para que o pó agarre melhor. Ocasionalmente, também pode ser usado excremento de
vaca para cobrir o chão - a protecção que oferece à casa é literal, dadas as
suas propriedades anti-sépticas. Também ajuda a emprestar contraste ao pó
branco dos desenhos. Mas o efeito decorativo não era o único objetivo original
dos kolams. No passado, eram feitos com farinha de arroz crua, para que as
formigas não se tivessem de esforçar tanto por uma boa refeição. O pó de arroz
parece atrair aves e outros animais de pequeno porte, trazendo assim outros
seres às casas e ao quotidiano dos humanos: o kolam é, na realidade, uma
homenagem diária à coexistência harmoniosa. De realçar também são os supostos
benefícios físicos que o kolam traz à “artista”. Crê-se que o fato de
diariamente se dobrar para desenhar no chão melhora o seu sistema digestivo,
reprodutor e favorece o alongamento geral do corpo. O kolam é também um sinal
de boas-vindas a todos os que queiram entrar em casa (muito em especial a
Lakshmi, a deusa da prosperidade). Os padrões vão do geométrico e matemático
criado sobre uma matriz de pontos até às criações artísticas mais livres e às
formas fechadas. A tradição evoluiu no sentido de ordenar que as linhas devam
ser concluídas e fechadas, de modo a simbolicamente evitar que os maus espíritos
cheguem ao interior das formas, assim barrados também de entrar nos lares.
Conseguir desenhar padrões complicados e extensos sem
levantar a mão do chão (ou sem nunca desdobrar as costas para ficar de pé) já
foi em tempos uma questão de orgulho. O mês de "Margazhi" era
esperado com ansiedade pelas moças, que mostravam então as suas habilidades
cobrindo a largura de uma estrada com um único kolam gigante! Esta era de fato
uma prova de mestria, uma vez que o mesmo kolam não pode ser repetido durante
30 dias.
Em cerimónias especiais, como casamentos, os padrões rituais
do kolam criado para a ocasião podem alongar-se por toda a rua. Os padrões
geralmente são passados de geração em geração, de mãe para filha.
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